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Pesquisa do DataSenado acende alerta: fakenews podem impactar resultado das eleições municipais em 2024
Você sabia que 72% dos usuários de redes sociais — cerca de 67% da população com 16 anos ou mais — já viram notícias que desconfiam serem falsas nos últimos seis meses? O percentual é um dos indicadores da pesquisa “Panorama Político”, feita pelo Instituto DataSenado em junho deste ano. O levantamento contou com a participação de quase 22 mil brasileiros de todas as regiões do Brasil e revelou: 81% dos brasileiros acredita que as chamadas fake news podem afetar significativamente o resultado eleitoral. Os números acendem um alerta sobre o impacto da desinformação no resultado das eleições municipais de 2024.
Nos últimos seis meses, 72% dos brasileiros entrevistados já se depararam com notícias falsas nas redes sociais e consideram "muito importante" controlar essas publicações para garantir uma competição justa no pleito de outubro próximo. O estudo, voltado exatamente aos eleitores, tem a intenção de munir a população de fatos e orientar o poder público em direção à construção de políticas contra a prática crescente de disseminar informações falsas.
Para o advogado Mário Célio Alves, as fake news imprimem consequências significativas nas eleições, influenciando e manipulando a opinião pública, e comprometendo a integridade do processo eleitoral. “No Brasil, essas notícias falsas têm sido usadas para difamar candidatos, distorcer informações sobre políticas públicas e criar desconfiança nas instituições”, aponta o jurista.
Com 13 anos de atuação, o especialista em Direito Empresarial e Desportivo e Conselheiro Seccional da OAB/PA afirma que as notícias falsas afetam diretamente as eleições, já que, atualmente, são utilizadas para a difamação de candidatos para influenciar a percepção dos eleitores e, consequentemente, suas escolhas na urna.
Mário pondera outro agravante das fake News. “Outro importante fator é a desinformação sobre o Processo Eleitoral brasileiro, que gera instabilidade política e polarização. Falsas alegações sobre fraude eleitoral ou manipulação de votos podem deslegitimar o resultado de uma eleição. “No Pará, como em outras regiões do Brasil, o impacto das fake news tem sido crescente, especialmente em períodos eleitorais. As redes sociais e aplicativos de mensagens têm sido os principais canais de disseminação. O uso de tecnologias avançadas, incluindo inteligência artificial para criar deepfakes ou manipular informações agrava ainda mais a situação, tornando difícil para o eleitor distinguir o que é verdade e o que é mentira”, explica o advogado.
Como prevenir a disseminação de notícias falsas?
O advogado Mário Célio sugere uma abordagem interdisciplinar para prevenir a propagação de notícias falsas, “uma vez que se faz necessário promover alfabetização midiática, para que as pessoas aprendam a identificar fontes confiáveis e verificar a veracidade das informações. O monitoramento das plataformas de redes sociais precisa ser implementado, para que seja rápida a identificação e a remoção de conteúdo falso, além de desestimular economicamente aqueles que lucram com a desinformação”, declara.
A pesquisa do DataSenado aponta, ainda, que 31% dos entrevistados acredita que quem compartilha fake news quer mudar a opinião dos outros, enquanto 30% acha que as notícias falsas são compartilhadas sem conhecimento sobre sua veracidade. “Diante de tantas informações, e estando entre elas, as falsas, cabe ao eleitor buscar a verdade. Destaco a verificação de notícias em várias fontes, sobretudo confiáveis. Veículos de notícias reconhecidos, buscando também diretamente as fontes mencionadas na notícia. Estas medidas ajudam a mitigar o impacto das fake news e fortalecem a democracia, assegurando que o processo eleitoral seja justo e transparente”, conclui o advogado.
Atualmente, está em análise na Câmara dos Deputados, após ser aprovado no Senado, Projeto de Lei das Fake News (PL 2.630, de 2020). A intenção da matéria é promover medidas rigorosas para garantir que o processo eleitoral seja justo e livre de interferências indevidas. Segundo o coordenador da pesquisa, José Henrique Varanda, 92% da população brasileira acima de 16 anos usa redes sociais e 78% da população ouvida se mostrou a favor do controle de notícias falsas para garantir eleições mais justas e sem desinformação. Dado importante para avançar na discussão sobre a regulamentação e fiscalização durante o processo eleitoral.
Senado Verifica
O Senado Federal mantém um canal de interação com o cidadão destinado à checagem da veracidade de informações sobre a Casa. Intitulado Senado Verifica – Fato ou Fake?, o serviço analisa textos publicados em quaisquer meios de comunicação ou nas redes sociais, considerados falsos, incorretos ou que tenham a finalidade de gerar engano ou ânimo contrário à instituição.
A checagem é feita por uma equipe de jornalistas que recebe as informações enviadas pelos cidadãos ou são selecionadas a partir do acompanhamento de notícias publicadas sobre o Senado nos meios de comunicação e nas plataformas digitais. As respostas enviadas aos cidadãos e as demais checagens poderão ser publicadas na página do Senado Verifica: Fato ou Fake?. O Senado também mantém um protocolo permanente do Programa de Enfrentamento à Desinformação junto ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para combater conteúdo falso.
O cidadão pode solicitar a checagem de informações por meio dos canais de relacionamento do Senado — Fale com o Senado, conforme a Política de Uso do serviço.
Os canais são:
WhatsApp: 55 61 9 8190-0601
Telefone: 0800 0 61 2211 (ligação gratuita de todo o Brasil, por telefone fixo e celular)
Formulário de mensagem: acesse aqui.
Email: senadoverifica@senado.leg.br
Como identificar notícias falsas?
- Veja se os títulos apelam para o exagero e abusam de recurso visuais, como negrito, letra maiúscula e pontos de exclamação
- Preste atenção no texto. Geralmente notícia falsa tem erros de ortografia concordância ou lógica
- Veja se a mensagem estimula o compartilhamento rápido, sem pensar
- Pesquise se a notícia foi divulgada em outro veículo de comunicação
Quem é o autor? Quem enviou?
- Pesquise se a pessoa realmente existe e se é de confiança
- O texto possui uma fonte ou referência confiável?
- Se você tiver dúvida sobre a mensagem, não compartilhe
Fonte: Agência Senado
Foto: Reprodução TRE/GO